Por Leonardo Neves – Matéria publicada na edição nº 825 do Brasilturis Jornal
Os Estados Unidos são soberanos quando o assunto é levar brasileiros ao exterior. Em 2018, o número de turistas do Brasil que visitaram a terra do Tio Sam foi de 1,65 milhão de pessoas, de acordo com dados do Statista, portal on-line que disponibiliza dados recolhidos por institutos de pesquisas de todo o mundo.
O índice está longe do ápice atingido em 2014 – com 2,26 milhões de visitas aos EUA -, mas é o primeiro ano de alta desde 2016, quando os números começaram a cair. As projeções até 2022 são de um crescimento que deve chegar a 1,84 milhão de visitantes anuais.
Diante do aumento e da adoção de políticas que beneficiam o setor aéreo por parte dos governos nas esferas federal e estadual, as três principais companhias aéreas norte-americanas atuantes no País já avaliam expandir os negócios por aqui. As empresas iniciaram debates que visam sanar os principais empecilhos que ainda impedem o desenvolvimento mais rápido e agudo.
Expansão e upgrade
A United Airlines, companhia que liga o Rio de Janeiro (RJ) e São Paulo (SP) a 10 cidades norte-americanas avaliou que o novo governo está trazendo otimismo para o setor privado. Jacqueline Conrado, diretora da United no Brasil, reforçou que esse posicionamento ajuda a impulsionar os investimentos e avalia a possibilidade de expandir as conexões Brasil-EUA em parceria com a Azul. As empresas têm um acordo de codeshare desde 2015.
A executiva que assumiu o posto em janeiro deste ano, com a missão de liderar o principal mercado latino-americano para a aérea, informa que a companhia conseguiu manter a capacidade estável ao longo dos anos, e agora, pode ser o momento de expandir. “Com nosso relacionamento muito próximo à Azul, há muitas oportunidades para que possamos conectar diversas partes do Brasil aos EUA”, lembrou.
Ela também destacou que a política de Céus Abertos, que permite a expansão sem limites de voos e rotas por parte de companhias internacionais atuando no Brasil, também trouxe “uma luz positiva para o Brasil” e informou que as aeronaves em operação devem passar por upgrade.
A expectativa é que o processo de modernização das aeronaves seja finalizado até 2020. “Até lá, esperamos que todos os aviões que aterrissam no Brasil apresentem as novas poltronas da classe executiva Polaris, bem como a Premium Plus, classe que oferecerá assentos diferenciados em relação à Economy e à Economy Plus”, finalizou Jacqueline.
A perspectiva positiva também é compartilhada pela American Airlines. Atualmente, a companhia opera 53 frequências por semana no Brasil, sendo 32 partindo de São Paulo, sete do Rio de Janeiro, sete de Brasília (DF) e outras sete de Manaus (AM).
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Extensão do debate
Dilson Verçosa Jr., diretor de vendas da American Airlines para as Américas do Sul e Central, destacou que os principais pleitos do setor aéreo internacional estão sendo cada vez mais colocados em pauta e que os governos estão notando a importância do setor no desenvolvimento econômico. O executivo ressaltou, porém, que o debate e as medidas para melhorar o cenário devem se estender para além dos terminais aéreos.
“O Brasil precisa debater cada vez mais a questão da infraestrutura aeroportuária, mas também a necessidade de ter mais portões de embarque e acessos aos aeroportos. O ideal seria uma descentralização das operações em Guarulhos e investimento em novos hubs, como Recife (PE). Além disso, devem continuar sendo feitas mais privatizações, seguindo a boa leva recente”, apontou o executivo.
Apesar do cenário positivo para as companhias estrangeiras até o momento, Verçosa não crê em aumento de operações entre o Brasil e os Estados Unidos em 2019. “Ainda é cedo para avaliar os índices que poderão se concretizar ao final do ano que, aliás, não estão tão animadores. A isenção dos vistos para norte-americanos poderia ser um ponto que ajudaria a melhorar, mas ainda não trouxe grandes mudanças”, afirmou.
Desde fevereiro, o governo do estado de São Paulo tem se aproximado do setor aéreo adotando medidas como a redução da alíquota do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) do querosene da aviação. A atual gestão também vem promovendo encontros com companhias aéreas internacionais para debater medidas que atendam às principais demandas, o que, de acordo com o executivo da American Airlines, coloca o estado em posição de vantagem.
“O governo de São Paulo sabe das necessidades da nossa área e está dando um passo à frente com as medidas para o setor. Estão sendo debatidos meios pelos quais o governo pode ajudar a aprimorar o segmento, desde transportes mais regulares para os aeroportos até segurança, a fim de tornar o estado uma porta de entrada para os turistas. Está sendo uma jogada de mestre”, destacou.
Já a Delta Airlines, que opera voos diários para os Estados Unidos a partir de São Paulo para Atlanta e Nova Iorque e também oferece ligações diárias do Rio de Janeiro até Atlanta, continua a apostar na parceria com a Gol para manter o plano de expansão na América Latina. A colaboração das empresas permite conexões em mais de 25 cidades brasileiras (a partir de uma ponte em São Paulo, Rio ou Brasília) com os Estados Unidos.
Questionada sobre a posição em relação às políticas vigentes, a companhia disse que não comenta contextos relacionados aos mercados em que opera. “A missão da companhia é conectar pessoas e continuaremos investindo no mercado brasileiro como tem sido feito em mais de 20 anos de serviços ininterruptos no País”, informou, em nota.
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