Por Alex Bernardes, especial para o Brasilturis – Matéria publicada na edição nº 826 do Brasilturis Jornal
Quando o assunto é destino paradisíaco, a Polinésia Francesa é uma das campeãs na lista de desejos de qualquer turista que se preze. O problema é que a combinação de longa distância com a fama de ser uma opção para multimilionários acaba por jogar um balde de água fria no sonho de muitas pessoas, dificultando a venda de pacotes. Em volume, nosso mercado representa pouco para eles. Em 2018, pouco mais de 1.700 turistas brasileiros desfrutou das maravilhas da Polinésia Francesa, segundo dados da Tahiti Tourisme.
Focado em alavancar esse número, o órgão de promoção do país tem realizado ações no mercado sul-americano. Recentemente três operadoras brasileiras e duas do Chile tiveram a oportunidade de visitar algumas ilhas, com o objetivo de aproximar os mercados e colocar as empresas em contato com fornecedores que atendam a todos os perfis de turistas, desde os mais sofisticados aos viajantes mais econômicos. Uma maneira de provar que o destino está ao alcance de todos.
Partindo de São Paulo, há duas opções de rotas: via Santiago (Chile) ou Los Angeles (EUA). A primeira, operada pela Latam tem frequência semanal; a segunda é oferecida diariamente por meio de uma parceria entre American Airlines e Air Tahiti Nui, com conexão de dez horas na cidade norte-americana. O voo entre o destino na Califórnia e o aeroporto de Papeete, na ilha do Taiti, é de nove horas.
Logo no desembarque, já é possível sentir o clima taitiano. Os turistas são recebidos com colares de flores, adornos de presença forte na cultura polinésia, acompanhado pelos sorrisos do simpático povo local. Destaque para as palavras Iaorana e Mauruuru, cumprimentos que o turista vai ouvir da hora que chegar até a hora de partir. As palavras significam respectivamente “bom dia” e “obrigado”.
Informações úteis

O primeiro dado que o agente de viagens precisa ter antes de comercializar a Polinésia é que o destino é formado por cinco arquipélagos: Austrais, Gambier, Marquesas, Sociedade e Tuamotu. Cada um é composto por dezenas de pequenas ilhas e atóis, um total de 118, sendo apenas 63 habitados. Cada um tem suas peculiaridades, mas há algo em comum: a beleza estonteante, fato que justifica a fama desse paraíso no Pacífico Sul.
Existem opções para quem está em busca de romance, aventura, esporte, luxo, gastronomia, espiritualidade e uma infinidade de outras características. Por isso, é importante escolher bem quais ilhas e passeios oferecer, identificando de maneira minuciosa o perfil do cliente. O tour com operadores brasileiros, no qual o Brasilturis participou com exclusividade, passou pelo Taiti, Rangiroa e Moorea. Além de serem incríveis e autênticas, as três ilhas oferecem alternativas aos altos custos da disputadíssima Bora Bora.
Vale lembrar que o turismo tem importância essencial na vida polinésia, já que 60% da economia local depende diretamente da atividade. Por consequência, a mão de obra é qualificada e atende a todos os perfis de viajantes – seja em francês, em inglês ou em taitiano. A moeda local é o Franco do Pacífico, mas os empreendimentos do circuito turístico aceitam Dólar e Euro. Brasileiros não precisam de visto e também estão dispensados de apresentar o certificado internacional de vacinação.
TAITI

A ilha do Taiti é a maior do arquipélago das Ilhas Sociedade. Belezas naturais, cultura rica e exuberante, herança do povo polinésio, com suas danças exóticas e um artesanato único são as inesquecíveis boas-vindas. De formação vulcânica, a ilha abriga a capital, Papeete, e a montanha mais alta da Polinésia, os Montes Orohena, com 2.241 metros de altitude. Além, é claro, de uma faixa litorânea de águas com um azul impressionante, propícias para atividades como mergulho ou um simples banho.

Um rali de 18 quilômetros em veículo 4×4 guiado por um nativo, oferecido pela Tahiti Discovery, leva os turistas montanha acima para conhecer o vale Papeeno, cortado pelo rio que leva o mesmo nome. No trajeto, paradas estratégicas para explicar a riqueza da fauna e flora da ilha, apreciação de cachoeiras, além de lendas seculares herdadas dos primeiros moradores. Com tempo bom, o passeio inclui parada para banho nas cachoeiras.
O Jardim Botânico é outro passeio que pode ser incluído no roteiro dos passageiros. Além de conhecer mais sobre a flora polinésia, o turista poderá visitar o museu de Paul Gauguin, instalado no local. O acervo inclui fotos, documentos e reproduções de obras do renomado artista francês que também se rendeu aos encantos do Taiti, escolhendo o lugar para viver entre 1891 e 1893. O pós-impressionista retornou para lá anos mais tarde e permaneceu na Polinésia até morrer, em 1903.

O centro comercial de Papeete ocupa o mesmo local desde 1869 e é imperdível para todos os visitantes que podem fazer o tour em qualquer dia da semana. A sensação é que a essência da vida na ilha pulsa por ali. O que se vê são vendedores com chapéus de palha sentados em volta de mesas repletas de mercadorias locais e conversando calorosamente com comerciantes vizinhos e turistas ávidos pelo artesanato local e pelas delícias típicas. Uma boa dica é aproveitar o intervalo entre a chegada do voo, bem cedo, e o check-in no hotel, às 15h para conhecer o mercado.
No centro de Papeete também está o Robert Wan Pearl Museum, único museu do mundo dedicado a pérolas negras, um dos souvenires mais disputados no Taiti. Durante a visita, o turista pode entender como essa joia rara é produzida, todo processo de formação das pérolas e as razões pelas quais elas só existem no país. Na lojinha é possível adquirir colares com preços que variam de 150 euros a 500 mil euros. É lá que se encontra também a pérola negra mais valiosa do mundo, tão perfeita que torna impossível o cálculo de seu valor.

Para os clientes que gostam de experiências mais luxuosas, vale incluir um passeio de 15 minutos operado pela Air Tahiti Nui Helicopter. O tempo é suficiente para que as imagens dos vários tons de azul fiquem para sempre na memória do viajante. A rota também sobrevoa o interior da ilha, circulando o pico da montanha Orohena de onde é possível avistar cachoeiras e o vale Papeeno. As paisagens parecem ter saídas do filme Avatar.
Mas é nas praias que o Taiti mostra que é democrático, independentemente do orçamento. Clientes que não conseguem pagar por hotéis luxuosos para desfrutar de praias privadas, podem se esbaldar nas áreas públicas – que têm a mesma beleza cinematográfica. A Plage de Toaroto de areias negras e águas cristalinas é excelente para snorkeling, além de ser ponto de encontro de locais, o que a torna perfeita para fazer amizades e até arriscar uns passos de dança, ensinados pelos orgulhosos moradores. De areias mais claras, as praias de Rohotu , Mahana Park e Vaiava são boas opções para quem não se importa em dividir a areia com outros turistas.
MOOREA

De frente para a ilha do Taiti está Moorea, de natureza farta e águas cristalinas. Dá para chegar a esse paraíso de helicóptero ou barco privado, mas há também uma opção confortável para os viajantes mais econômicos: Embarcar no ferry boat de alta velocidade que faz o trajeto de 12 quilômetros entre as duas ilhas várias vezes ao dia.
Com capacidade para até 900 pessoas, o barco conta com um deque superior ao ar livre, lugar preferido daqueles que não querem perder um segundo de contemplação. Assistir ao pôr do sol nas montanhas de Moorea é uma das experiências mais bonitas que alguém por ter e vale cada centavo dos US$ 10 cobrados pelo trajeto.
Um dos programas mais legais é andar de bike pela ilha que conta com 60 quilômetros de estrada circundando o litoral. Apesar do calor, as paisagens encontradas no caminho justificam cada pedalada e convidam a paradas estratégicas – para comprar frutas tropicais, atum fresco ou coco gelado e conhecer os simpáticos anfitriões. No caminho, o turista passará por igrejas, calmos vilarejos de pescadores, praias de areia branca e pelo quase onipresente mar azul-turquesa.

Aconselhe seu cliente a visitar o Taki Valle, melhor maneira de participar de uma autêntica fatia da vida tradicional no local. Durante o dia, aulas de ukulele e culinária enriquecem a viagem; à noite, o local enche de gente em busca das lendas que são contadas, cantadas e dançadas em um show deslumbrante. Outra dica é incluir um passeio pelas montanhas de Moorea para visualizar do alto do mirante Belvedere as duas baias gêmeas que formam um coração.
Entre elas, o imponente Monte Rutui pinta de verde o cenário e fica mais bonito ainda no final da tarde. É possivel chegar lá em carro alugado, moto ou com a contratação de serviço guiado. Sejamos honestos: A grande razão para visitar a Polinésia é o grande número de praias paradisíacas.

Não é diferente em Moorea, repleta de longos trechos de areia branca com praias escondidas e isoladas. As mais procuradas são as públicas Ta’ahiamanu, Temae e Tiahura. O crème de la crème são os passeios de barco ao redor da ilha, operados pela Temoana Tours que tem opção de guia em português.
Há várias possibilidades de itinerário, com preços e atividades distintas que incluem desde casamento em lindos bangalôs à beira mar até almoço romântico para duas pessoas. Um passeio de meio período percorrendo todo o litoral da ilha, com pausa para nadar com arraias e tubarões e almoço servido dentro d’água (que inclui lagosta assada na brasa e vinho) custa, em média, US$ 100 dólares por pessoa.
RANGIROA

Como um colar de pérolas gigantes flutuando no oceano azul, o atol de Rangiroa é uma maravilha que a natureza já criou. O voo partindo de Papeete dura cerca de 90 minutos, com uma breve escala em uma ilha menor, até o desembarque no território de 1640 quilômetros quadrados que dá ao local o título de um dos maiores atois do mundo.
É importante informar seu passageiro que os voos internos operados pela Air Tahiti Nui não têm assentos marcados. Então, na hora do embarque, todo mundo corre para tentar garantir um lugar na janela. A dica de um milhão de dólares é sentar do lado esquerdo da aeronave para curtir vista deslumbrante da chegada ao atol.
A cor do mar e a abundante vida marinha fazem do mergulho e do snorkling as principais atividades. Embora o atol seja enorme, a concentração de oferta turística e hoteleira fica nas pequenas ilhas de Avatoru e Tiputa. Com uma faixa de terra de menos de 20 metros, a melhor maneira de explorar a região é de bicicleta. Oriente seu cliente para sair com máscara de snorkel e roupa de banho, pois o mar convida para vários mergulhos ao longo de todo o trajeto.

Mas se o agente quiser ganhar de vez o coração do cliente, deve indicar o passeio de barco pela Blue Lagoon. A atração dura o dia todo e começa logo pela manhã, rumo ao extremo leste do atol e com direito a parada estratégica para mergulho com tubarões. Mais vinte minutos de navegação e se chega a um local desabitado em meio a uma imensidão de mar azul-turquesa. Ali o turista desembarca e caminha por cerca de 500 metros com água na altura da canela até uma pequena ilha.

Entre palmeiras e árvores, uma estrutura simples de bangalô com redes e cadeiras está preparada para que o visitante se desconecte totalmente do mundo e possa passar o resto do dia em total interação com o Maná, energia cultuada pelos povos polinésios que conecta o ser humano com a natureza e com o divino. O almoço simples servido no local completa a rica experiência.
À tarde, os visitantes são levados por uma trilha curta que leva ao outro lado da ilha, onde é possível praticar snorkeling e apreciar a floresta de corais com centenas espécies de peixes coloridos. Ou apenas se deitar à sombra de uma palmeira e contemplar o imenso oceano azul que se confunde com o céu.
Na volta do passeio, o arremate final: Uma parada estratégica em uma das falhas estreitas e profundas do atol jogará seu cliente sobre um ambiente surreal de vida marinha. Basta boiar e deixar o mar fazer sua parte, arrastando o mergulhador para dentro do atol. Pessoas do mundo todo visitam Rangiroa apenas para ter essa experiência. Se der sorte ou se estiver em conexão com o Maná, seu cliente pode ser contemplado com a presença de famílias de golfinhos e lindas arraias.
O passeio completo custa entre US$ 100 e US$ 120 dólares. A relação custo x benefício mais benéfica da história.
Brasilturis viajou a convite do Tahiti Tourisme, com proteção Affinity
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