Conhecer Londres é um sonho para muitos viajantes. Parte deles não sabe, entretanto, que de lá até Edimburgo são apenas 637 quilômetros de distância – trecho menor que o que separa São Paulo e Florianópolis. Pois o passeio que está no imaginário de muitos brasileiros pode ser ainda mais emocionante ao incluir outras cidades localizadas na rota entre as capitais da Inglaterra e da Escócia. Assim, o roteiro marcado por novidades pode apresentar os dois países de uma forma muito mais acolhedora do que se possa prever.
Incrível talvez seja a melhor palavra para definir Londres, mas isso já é quase um consenso. É uma cidade diferente mesmo. Por maior que seja – afinal tem mais de dez milhões de habitantes – guarda uma aparência tradicionalista, com prédios antigos, muita organização e um clima úmido e céu acinzentado que complementam essa imagem austera. Mas, por trás das paredes centenárias há uma vida ultramoderna, digitalizada, de mente aberta e que dita tendências de todos os setores para o mundo. E é uma delícia estar no meio de tudo isso.
Para os turistas brasileiros é uma aventura, em geral, mais cara do que em outros destinos – afinal o câmbio para a libra esterlina (o Pound) não favorece. Ainda assim, este é um lugar impossível de ser substituído por qualquer outro no mundo. Londres é Londres porque, em primeiro lugar, toda a infraestrutura para o turismo funciona. O transporte público, o táxi, os aplicativos de transporte, o atendimento, o compromisso, os horários, ou seja, planejar bem é o segredo de uma ótima experiência.
A primeira dica é que no Reino Unido é importante ter o dinheiro em moeda local, já que a maioria dos lugares não aceita euro e dólar americano. A segunda é usar um mapa da cidade, marcar quais das principais atrações se quer conhecer, traçar o melhor trajeto entre elas e pronto, vai dar tudo certo. Pode garantir ao seu cliente.
Em três dias é possível conhecer cerca de 20 pontos turísticos de Londres em ritmo acelerado. Contudo, é uma cidade que em cada um dos lugares vale a dedicação de um dia todo. Como o transporte funciona, independentemente de onde o turista se hospede, será fácil chegar a eles. Na região central da cidade estão todos os principais hotéis de rede do mundo, então não é muito difícil encontrar o melhor produto de acordo com o perfil do cliente.
Nesta viagem, o Brasilturis ficou hospedado no Kimpton Fitzroy London, hotel de luxo no coração de Londres. O roteiro foi organizado a partir da Russel Square, onde ele está localizado. Como referência de hotel padrão, o Radisson Blu Edwardian Bloomsbury é uma ótima opção, muito bem localizada ao lado do British Museum.
Iniciantes ou não, Londres convida para o chá. E uma experiência que não pode deixar de ser vivida é a do Afternoon Tea – o famoso chá da tarde. Ao contrário do que está no nosso imaginário, ele não necessariamente é servido às 17h. Vários lugares oferecem o serviço que, muitas vezes, pode substituir o almoço, pois inclui lanches salgados, doces e ainda os scones, um bolinho típico inglês, além da tradicional bebida.
O chá da tarde pode até parecer um clichê, mas é um daqueles momentos em que o viajante compreende plenamente onde está. É um evento social que acontece em casas especializadas, como a The Wolseley, na rua Piccadilly, ou em hotéis, como o The Royal Houseguards London, que já foi a sede do MI6, a polícia secreta da rainha. Aliás, este hotel tem vista para a London Eye e um deck externo dedicado às ervas finas, como a lavanda, o manjericão e o alecrim, que proporcionam um aroma delicioso para quem está por ali.
O número de brasileiros que visita o país é relevante, a ponto de várias das atrações mais conhecidas da cidade terem a opção de atendimento em língua portuguesa. No geral, para quem não fala inglês, um guia bilíngue vale muito a pena para aproveitar ao máximo o que a cidade tem a oferecer. Para aqueles que não estão em primeira viagem, a cidade tem de tudo – bons restaurantes, excelentes pubs, eventos de todos os tipos, cursos de curta e longa duração, enfim, uma infinidade de atividades que faz cada viagem ser única.
CAMBRIDGE
Deixar Londres é difícil, mas as atrações de outras cidades não podem deixar de ser vistas. Ainda mais quando os destinos também já estão no nosso inconsciente. É o caso de Cambridge, destino que abriga uma das mais reconhecidas universidades do mundo. A 90 quilômetros da capital, a cidade e a Universidade se confundem. Para se ter uma ideia, cerca de 25% dos 125 mil habitantes são alunos do centro de ensino criado em 1209.
A universidade é formada por aproximadamente 30 faculdades – os colleges – espalhadas pelo território, ou seja, a cidade e o campus se fundem em absoluta harmonia. Os colleges são pontos turísticos por diversos motivos: suas construções, sua importância histórica e também pelos alunos ilustres, como Isaac Newton, Charles Darwin e Stephen Hawkings. Eles estão abertos à visitação mediante pagamento de taxas que giram em torno de dez libras. O King’s College, por exemplo, tem uma das capelas góticas mais icônicas da Inglaterra.
Para conhecer a história e a cidade, um dia é suficiente, principalmente se começar com um passeio de Punt – embarcação plana que desliza sobre o Rio Cam, movida por remos. Um guia que, em geral é aluno de Cambridge, conduz a embarcação e conta a história das faculdades, da capela de King’s College, da cidade, enfim, de tudo o que vem pelo trajeto, incluindo os famosos ex-alunos. O passeio dura cerca de uma hora e, mesmo nos dias mais frios, os cobertores disponíveis nos barcos protegem os visitantes. O serviço utilizado foi o da Scudamore’s College Backs Punting.
Um passeio a pé pelo centro comercial faz todo o glamour clássico das faculdades se misturar com o comércio de rua, de marcas internacionais, mas também de feiras de produtos artesanais e locais. Para comer, tanto é possível encontrar delícias da comida de rua, quanto restaurantes de alta gastronomia ou pubs com produção própria de cervejas, como é o caso do Browns.
Uma surpresa boa na hora da hospedagem foi encontrar um hotel boutique em uma cidade universitária. A poucos quilômetros do centro fica o Felix Hotel, um quatro estrelas amplo, com muitos jardins e gastronomia de alta qualidade, o que favorece, por exemplo, a realização de casamentos. Os quartos são amplos e confortáveis, todos com cama king size. Os banheiros são espaçosos e com chuveiro separado da banheira. Tem elevador para os quartos, mas os andares mais acima podem ter pequenas escadas. Os hóspedes contam com serviços especiais, como escolher os jornais que recebem no quarto, mediante uma pequena tarifa.
NOTTINGHAM (INGLATERRA)
Ser recebido pelo Robin Hood, em pessoa, é uma experiência possível em Nottingham. Basta contratar um famoso guia local, chamado Ezekial Boné, para o tour a pé de 90 minutos que passa pelos principais pontos turísticos da cidade e termina com uma caneca de cerveja no Ye Olde Trip to Jerusalem, um pub que fica numa pousada que toma para si o título de mais antiga da Inglaterra, datada de 1189. A cidade é a terra do lendário ladrão que roubava dos ricos para dar aos pobres e onde fica a floresta de Sherwood.
Nottingham, além da lenda, é conhecida por uma cidade oculta no seu subterrâneo e várias outras histórias derivam daí. A verdade é que o solo de arenito macio permitia que cavernas fossem escavadas abaixo das casas para servir de adega, depósito e abrigo para o frio, mas principalmente, por criar uma atmosfera ótima para produzir cerveja. A cada 20 metros há um pub diferente.
No Castelo de Nottingham há um labirinto de cavernas artificiais onde, contam os guias, o rei Eduardo III executou o amante da mãe, Roger Mortimer, que juntos haviam conspirado para depor e assassinar o rei Eduardo II. Lendas contam que o fantasma de Mortimer assombra o túnel chamado de Mortimer’s Hole. O Castelo de Nottingham está em obras e deve reabrir em 2020 com experiências interativas para os visitantes.
Nottingham foi o centro da indústria da renda no mundo durante o Império Britânico. A produção era comercializada em uma área da cidade, chamada de Lace Market, que hoje é preservada como patrimônio histórico local. Localizado nessa região, o Lace Market Hotel tem um jeito especial de receber os hóspedes – com uma máquina de pipoca! No Cock & Hoop, pub que funciona dentro do hotel, é possível encontrar a cerveja Robin Hood, produzida localmente, em alguma das torneiras disponíveis.
A meia hora do centro de Nottingham, fica Newstead Abbey, onde viveu Lord Byron, um dos mais influentes poetas britânicos conhecido tanto pelos poemas quanto pelos casos amorosos, festas que promovia e pelas dívidas que fazia. Ao estilo de Nottingham, Lord Byron recebe os turistas para uma visita guiada à casa que ele tanto amava, segundo seus próprios relatos em cartas.
YORK (INGLATERRA)
Bem-vindos ao Beco Diagonal de Harry Potter! É da rua Shambles, no centro histórico de York, que veio a inspiração dessa locação. Fica perto da York Minster, a principal igreja da cidade que guarda a maior extensão de vitrais medievais do mundo.
Essa cidade de ruas estreitas e de pedras ainda tem ares medievais quando a chuva fina molha o chão. York é conhecida no mundo todo em razão de sua tomada pelos vikings, nos anos 860. Eles invadiram os muros que haviam sido construídos pelos romanos, fundadores da cidade, e permaneceram ali até o final de seu domínio na Inglaterra. Os muros ainda podem ser vistos e a cultura viking é presente até hoje, especialmente no Jorvik Viking Centre, espaço de preservação da memória deste período. É uma experiência que revela as casas, o modo de viver e costumes daquele povo.
Do hotel Principal, que faz parte do grupo de hotéis do IHG que ficam no centro das cidades da Grã-Bretanha, também se avista a muralha, mas o próprio prédio é uma atração. Construído já na era vitoriana, conta com 155 quartos em padrão quatro estrelas. O Afternoon Tea nos jardins é imperdível.
O único cinco estrelas da cidade é o The Grand York que, recentemente, inaugurou uma escola gastronômica – The Cookery School – onde é possível ter aulas de culinária local, como aprender a fazer fish and chips. Mediante agendamento, um chef recebe o grupo para experiências de uma ou duas refeições, incluindo bebidas para harmonizar. A aventura culinária termina sempre com a degustação dos pratos preparados.
HARROGATE (INGLATERRA)
A exatos 34 quilômetros de York está Harrogate, uma estância hidromineral bucólica no Norte da Inglaterra. Ótima para um passeio de um dia, incluindo um banho termal na Turkish Baths, uma casa construída no século 19 – jovem para os padrões ingleses, mas muito bonita. A grande atração da cidade, entretanto, é a Bettys, uma casa de chá. Além do típico chá inglês servido no salão, oferece uma variedade enorme de bolos, doces, biscoitos e chocolates em embalagens lindas. É como entrar em um conto de fadas.
Para se hospedar, o St. George Hotel é uma opção de categoria visitante que atende bem o turista em estadas mais curtas. A 20 quilômetros de Harrogate fica a Newby Hall & Gardens, um lugar que provavelmente será reconhecido por alguma série de televisão ou do cinema, com jardins que são um convite à contemplação. O local é pouco conhecido pelos brasileiros e pode render tanto para uma extensão da visita a Harrogate ou para um dia inteiro de vida ao ar livre.
De lá até a escocesa Edimburgo são 300 quilômetros que podem ser percorridos de carro ou de trem. A cultura local leva a opção pelo trem, mas é importante lembrar que os bilhetes comprados com antecedência podem ser mais baratos. De York a Edimburgo, é possível encontrar bilhetes a partir de 22 pounds. Dependendo do horário, o valor pode chegar a 100 pounds para compra na hora.
A melhor dica para viagens de trem é o Brit Rail Pass. Exclusivo para visitantes estrangeiros, ele promove uma economia enorme nos deslocamentos. Os trens são confortáveis, rápidos e promovem uma viagem acompanhada por paisagens deslumbrantes.
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EDIMBURGO (ESCÓCIA)
Até York o caminho é pelo interior. Para chegar a Edimburgo de trem, parte da rota já tem vista para o Mar do Norte. É como se fosse uma preparação para o espetáculo que vem a seguir. A chegada do trem é na estação Waverly, a mais importante da capital. Ao subir as escadas até o nível da rua, o turista não está preparado para o que vai ver – um cenário maravilhoso com muitos detalhes e que, ao mesmo tempo, provoca um choque de realidade por ser muito diferente. Castelos no alto de montanhas, um parque, uma avenida larga e muita gente passando a qualquer hora fazem o turista pensar no porquê não esteve lá antes.
O Castelo de Edimburgo é a atração mais visitada da cidade, mas há outras coisas além das tradicionais que são divertidas e imperdíveis. O melhor jeito de conhecer a cidade é usar um tradicional serviço de hop on/hop off – embarca e desembarca nos pontos de cada rota e fica quanto tempo quiser em cada uma delas. O tíquete pode ser comprado ao lado da Estação Waverly ou dentro do próprio ônibus.
Apesar de a Escócia ser reconhecida pela produção de uísque, as experiências focadas em gin estão em alta, como a do Edinburgh Gin Distillery. Outro programa imperdível é o Ghost Walking Tour. Há vários deles disponíveis. São caminhadas contando as histórias de cemitérios, personagens clássicos da cidade e fantasmas que terminam sempre com uma dose de uísque – para os maiores de idade.
Vale frisar que não dá para ir até a Escócia e não conhecer as Highlands. Saindo de Edimburgo há vários passeios de um até três dias em empresas como a Heart of Scotland Tours. A rota do Lago Ness pode ser feita em um dia. É cansativa, mas vale muito a pena se um dia for o tempo disponível. A recomendação é que o passageiro possa realizar ao menos um pernoite nas terras altas para poder vivenciar melhor o passeio.
Brasilturis viajou a convite do Visit Britain com proteção Affinity e dados móveis Flexiroam
O post Da Inglaterra à Escócia apareceu primeiro em Brasilturis Jornal – Tudo sobre o mercado de turismo no Brasil.